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Quaquaversal

Marina Sheetikoff 

Como se cristaliza o tempo?

Um fragmento em suspenção, a tentativa de idealizar o instante, o congelamento temporal de uma matéria em movimento, tendo como ideia base o fenômeno quaquaversal, sendo este, a expansão que parte de um ponto central e se propaga sem sequencia lógica em todas as direções.

A exposição se compõe de trabalhos recentes que se entrelaçam, visando experiênciar uma narrativa multidimencional entre passado, presente e futuro.

Logo na entrada do espaço, no prolongamento de uma das paredes, dois quadros paisagens de um tempo distante fundem e mimetizam imagens e jóias, através de seus reflexos. As imagens são pinturas do sec XIX de Ivan Shishkin, refletem um universo pastoral e culturalmente representativo para a artista que é brasileira, de origem russa. A jóia que se insere na imagem de cada um dos quadros, propõe uma nova resignificação da jóia, seu uso e linguagem enquanto objeto contemplativo e sua inserçao na paisagem, causa uma intervenção no tempo passado.

A pequena sala da galeria, se transforma em instalação com dois aparadores em angulos disformes dispostos nos cantos da sala que se prolongam pela pintura na parede, integrando um geometria

espacial. Sobre os aparadores, as peças são dispostas compondo a idéia de expanção e disperção.

São eles, uma série anéis volumosos, em cores manchadas, formados pela junção de pedras brutas de nióbio e recortes metálicos de formas geométricas. A estas peças, somam-se fragmentos de formas

angulares coloridos e de tamanhos variáveis, são brincos e broches que compõem, qual estilhaços, a representação da suspenção do tempo. Duas cabeças esculpidas em barro e 5 pequenas fomando colares com fios de ferro de olhos fechados, com fios que passam por seus ouvidos, se comparam com pedras roliças e junto com outros objetos complementam a narrativa da mostra, um vaso de metal

enferrujado e caído sobre a mesa expositiva e numa parede lateral, pende um colar, composto pelo galho espinhudo de uma roseira, preso a um cordão de couro, como traços de uma arqueologia do

nosso tempo.

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